07/06/2022

Dia Mundial do Ambiente | Dr. Helder Ribeiro


Decorreu na Biblioteca Escolar D. Dinis, a atividade "À conversa com o Dr. Helder Ribeiro", denominada “O Planeta está a gritar”, no âmbito do Dia Mundial do Ambiente e do Projeto D. Dinis +sustentável.

Estiveram presentes os alunos do 8ºA e alunos do 5ºF envolvidos no projeto. 
Após a conversa seguiu-se a entrevista ao Dr. Helder Ribeiro pelos alunos do 8ºA.

A atividade dinamizada pela Biblioteca Escolar decorreu em articulação com as professoras de Ciências Naturais e Fisico-Química e os Serviços Administrativos do Agrupamento de Escolas D. Dinis.


Entrevista:

8ºA - Quais os problemas que consegue detetar nesta escola?

Dr. Helder Ribeiro (HR) - Os problemas são:

  • Os alunos não estão motivados para separar o lixo;
  • O pessoal não docente e alguns profs tão pouco participam na educação ambiental dos alunos ;
  • Os compostores estão simplesmente abandonados e despromovidos;
  • Recorrentemente as casas de banho ficam com as luzes acesas e os autoclismos ficam deixados a correr a água sem nunca encher o tanque;
  • Faz falta um parqueamento coberto /alpendre (como na ES Rodrigues Lobo) para estacionar as bicicletas e trotinetes;
  • Os carros dentro da escola apoderam-se do espaço das crianças.
  • A cantina não propõe uma opção macrobiótica / ou mais comida vegetariana, como hambúrgueres de legumes e especiarias, i.e.
  • Não há uma ciclovia que venha do centro/ principais eixos da cidade até às Escola D. Dinis. 

Por exemplo, além de aberrações como ver dentro dos contentores de separação bocados de sandes e caroços de frutas, se observarmos as baldes do lixo, estão cheios de embalagens (plásticas, Tetra-Paks de sumos e de leite,… , papel,...)

 Os alunos acreditam que outros reciclam por eles, e que as embalagens serão separadas antes de ir para o buraco do aterro sanitário municipal.

Igual se passa com os adultos.


8ºA - Qual a sua opinião sobre a posição dos adolescentes na sustentabilidade ambiental?

HR - Estão motivados e favoráveis à defesa da natureza e do meio ambiente, mas nta-se um desânimo perante o projeto...


8ºA - Acha que os pais ajudam na melhoria dos conhecimentos dos filhos a nível da sustentabilidade ambiental?

HR - Sim, é essencial que o façam, e muitos estão implicados nesta nobre tarefa; mas ao contrário outros por falta de autodisciplina e civismo desmotivam os seus filhos na separação do lixo e na valorização da natureza, levam os seus filhos de carro em vez de andarem a pé ou de bicicleta...


8ºA - Que medidas acha que podemos tomar para “melhorar” a mentalidade das pessoas?

HR – Por exemplo:

·        Fazer campanhas de separação do lixo e de plogging (do verbo sueco plöcka - apanhar) no recinto da escola;

  • Levar os alunos p/parte dos professores ao terreno - ex: separar o lixo) para aprender fazendo...
  • Fazer comissões de alunos cada uma com um só projeto/objetivo..,;
  • Fazer pedidos à Câmara Municipal (ciclovias);

8ºA - Acha que já se sentem alterações climáticas em Portugal? E em Leiria? Se sim, em que situações?

HR - Sim, nota-se com nitidez:

Em Portugal:

  • O tempo de Primavera e de Outono praticamente duram 2 a 4 semanas - Chamo o Princípio do Esquentador: Botão azul para o tempo de inverno e o Botão vermelho para o tempo do verão;
  • Maior radiação solar e intensidade térmica que se sente na agricultura (culturas queimam - pele das frutas e dos legumes), no corpo humano;
  • Valor das temperaturas a subir

Em LEIRIA:

  • Subida das águas do Mar (ex. gritante: Praia da Pedra do Ouro, litoral da praia a diminuir de ano para ano (de 30 m passou a metade - em 10 anos), Praia de São Pedro de Moel, ondas cada vez maiores no molhe da Nazaré;
  • Enorme poluição de plásticos na Praia de São Martinho do Porto;
  • Por falta do Pinhal de Leiria - ardido em 2017 - nota-se muito mais nevoeiro noturno e matinal em Leiria.

8ºA - O que é um "consertador da Terra"?

HR - Um Consertador da Terra - inventei este conceito de Homo sapiens sapiens - é uma pessoa (um "cidadão pós-moderno") que primeiro está sempre alerta, observa e faz avaliações das agressões feitas à Mãe-natureza.

Depois, simplesmente e espontaneamente não resiste em tomar ações e investe-se completamente na defesa do ambiente e da Terra porque percebeu que não há outro planeta onde se possa respirar que este Planeta A, único.

Tudo o que ele faz na rua e no espaço público é a pensar no bem-estar do Homem e da Natureza, das crianças e gerações futuras, limpando cada vez mais este planeta e ensinando a fazê-lo, com o objetivo de reequilibrar o mais depressa possível a Balança da Natureza. 

Como ela está desequilibrada, sobretudo, não há tempo a perder, porque o planeta está a gritar há muito!


 

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